... E como quem nada queria, ou assim fingia, ela estava lá num mundo todo seu. Sem pensar em nada, sem nada fazer. Estava ali... sendo julgada pelo réprobo. Ora, mas que ironia...
Ainda assim, impassível, olhava o céu, como se ele sempre estivesse bem azul de dias ensolarados. Pois olhava com os olhos bem apertados, como que sensíveis ao sol. Seu ar parecia contar estrelas...
É, vai ver tem muita criatividadade!
Nao sei dizer ao certo se era noite ou dia, mas ela estava lá... e eu só notava isso.
... ela estava lá e achava que tudo caminhava bem... suas convicções eram firmes!
... Firmes !?!? Pergunta-se agora
Porque de repente, o tempo mudou, mas nao se sabe se nublou ou não... eu nao conseguia perceber.
O certo é que o vento mudou de direção. Aliás, ele ia por tantas direções que ficava difícil, até mesmo, de convencer o papel do chiclete - que acabara de jogar ao chão -, qual rumo seguir.
Dessa vez, ela ficou observando o papel, tão confuso quanto o seu pensamento, dando voltas e rodopios e pequenos voos.
Agora pensava no mar... e na correnteza.
Agora era um peixe. Seguir o cardume era a melhor opção? As vezes o cardume parecia muito mais fugir, do que se divertir.
Eram tantas perguntas que, quando se deu conta, os peixes já se tinham ido, assim como o mar.
O papel do chiclete estava imóvel.
Nem parecia mais se lembrar das estrelas que talvez contasse, porém o céu ainda parecia azul.
Quis um cigarro, mas se lembrou que nao o suportava.
Levantou-se, pegou o papel do chiclete e jogou no lixo. E sentiu-se melhor.
Hesitou ao pedir uma bebida. E desistiu... a vida seria muito mais intensa assim.
... e assim foi. Voltou prá casa e pegou seu violão. Tocou suas tristezas e suas alegrias. Tudo mais sensível e intenso. Tudo parecia mais sincero.
E a canção que melhor soou, porém nao a que melhor tocou...
" Ainda é cedo, amor... mal começastes a conhecer a vida..." *¹
E por fim, a que melhor tocou...
" Se alguém perguntar por mim, diz que fui por aí... levando um violão debaixo do braço..." *²
E assim ela foi, com seu violão... e seus pensamentos, como o papel na ventania.
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*¹ O MUNDO É UM MOINHO ( Cartola )
*² DIZ QUE FUI POR AÍ ( Zé Ketti/ H. Rocha )
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:X
ResponderExcluirrs
Lembrei de uma terceira música: "Simples desejo", de Luciana Mello... "Hoje eu só quero que o dia termine bem"!
ResponderExcluirBjão, estávamos sentindo sua falta!
Jr.
senti uma vontade de ler novamente...
ResponderExcluirme vejo...
e lembrei de uma quarta música:
"borboletas sempre voltam..." rs
Ei, Nandoca! Bem vinda de volta também! O que dizer? Adorei o texto, suas metáforas, eufemismos, melancolia... Ah! Adorei também "réprobo". Abraçoos apertadíssimos!
ResponderExcluirÊta menina Talentosa!!! Publicitária, Jornalista, Musicista, Blogueira e contista! Tem espaço nessa cabeça pra pensar merda? Concelho de amigo: nunca deixe de pensar merda!
ResponderExcluirAh, tenho as duas músicas no meu mp3! hehehe
Já que todo mundo fez vou indicar uma musiquinha também, de mesma temática. "Viver é bom, nas curvas da estrada. Solidão que nada..." E dale Cazuza! hehehe
Bjosssssssss Roquelina!!!