sábado, 6 de novembro de 2021

Se amar assim for brega... Me chama de Marília Mendonça;

"(...) Se amar assim for brega, 

Me chama de marília Mendonça..."

Quem nunca sofreu por amor?

Quem nunca ouviu uma sofrência, bebendo, por amor?

Quem nunca ?

Quem nunca se viu escutando Marília Mendonça?

Quem nunca cantarolou algum refrão da Rainha da Sofrência?

Quem nunca?

Quem não tem uma música que recebeu ou mandou para alguém ?

Você acha que Marília era música Brega?

Ué, mas todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam ridículas se não fossem cartas de amor.

Assim acontece com toda PESSOA. Já dizia o FERNANDO, aquele Álvaro de Campos.

Marília era Marília. E cantava as cartas de amor... ridículas e necessárias, rimando as nossas vidas.

MARÍLIA era PESSOA de CAMPOS. Era o amor e o sofrimento que dele surgia. 

Uma Rosa dentre tantos cravos em campos sertanejos.

Era representação. Era Mulher. Fez colorir com outras flores variadas o jardim original.

Prematuramente ida, deixou mais que histórias reais em versos musicados.

Nos faz lembrar que a vida é passagem curta. 

Devemos reinverter os valores.

Devemos reescrever poesias, falar de amor e escrever cartas ridículas.

Sofrer na boemia como faziam os grandes poetas Liristas ou populares. Fernandos ou Marílias.

E quem nunca sofreu por amor?

Quem nunca cantou o amor?

Quem nunca cantou o sofrer?

Quem nunca?

Mas se viver e amar assim for brega,

Me chama de Marília Mendonça.


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Beijos, Flores e Música.

Nandita Caymmi





 





sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Obrigada!

Lembro de minha infância.
Em todos os momentos tem vocês.

Lembro de minhas férias.

Em todos os momentos vocês estão presentes.

MInha Dinda e MInha avó. Agora estão juntinhas no céu. 

E tenho certeza que olham por mim!

Lembro dos meu Natais. Datas que vocês sempre gostaram tanto.

E faziam tanto por mim, para eu acreditar em toda essa magia.

É tão bom ter essas lembranças todas.

Lembrar que me chamavam de Dan e Danzinha. 

E que tinham tanto carinho pra mim, no coração e um cantinho de amor e diversão nas casas de vocês.

Era como se fosse minha fortaleza. Tudo de ruim que acontecesse, eu sabia que poderia correr para suas casas e lá eu ficaria segura de tudo. Dos esporros de meus pais, da chatisse dos amigos.

Lá eu teria minhas merendinhas, meu dengo, proteção e amor.

Quando eu brigava com meus pais, que nem era tão comum, eu dizia ue ia fugir pra casa de minha  avó. kkkkkkk. 

Quando eu ficava meio desorientada, eu sabia que poderia contar com minha tia.

Eu tinha isso tudo.

Como sempre digo: Que sorte a minha!

Mas e agora?

Agora eu só tenho as lembranças e aquela vontade de, volta e meia, ligar para vocês para contar alguma bobagem sobre meus gatos ou as plantas. Ou para saber como estão.

Ligar para minha avó pra ela brigar que tenho que ligar sempre prá minha tia porque ela só tem a gente. Que eu sei como meu pai é, então não posso deixar minha tia sozinha.

Ligar pra minha tia para fazer graça e ouvir ela rindo. Porque ali era besta demais pra rir. E eu adorava isso. Me fazia sentir a pessoa mais engraçada do mundo e amada.

Ou passar na casa de minha avó, buscar ela para fazer as compras dela, ajudar a subir com as sacolas. Essa parte era cansativa, mas era feito porque sabia que ela já começava a precisar mais de mim e de meus cuidados do que eu dela.

Lembrei hoje que minha avó adorava pegar ônibus e ir pra avenida sete bater perna. E eu sempre detestei. kkkkkkk Mas eu era pequena e ia, porque ela comprava um monte de calcinha de algodão - que não irritam a pele - para mim.  Ela achava shopping caro. E sempre foi mesmo.

Eu chegava em casa reclamando prá minha tia que andamos muito e que odeio andar de onibus. kkkkkkkkkkk Sempre odiei. 

Já com minha tia, íamos no shopping, mas andávamos muito. ìamos no Mcdonalds e eu amava o Mclanche Feliz com o brinquedinho. Depois era cinema. Porque ela sempre amou filmes infantís.

Minha tia trabalhava tanto. Trabalhou tanto.E quando seria o momento de curtir, veio a doença, e depois a pandemia. Não foi Justo pra mim, mas Deus sabe das coisas. Acho que foi tão solitária na vida, sem um parceiro de verdade. O trabalho deve ter sido a base de força. Ela amava o que fazia. Assistente Social !

Sei que com minha "vóvi" ou minha tia dinda, eu tinha dando amor e dengo.

Lembro de ser piada, quando criança, quando perguntavam das avós que eu tinha, qual eu mais amava. E eu, sem entender a graça, respondia:

" Das vozes que eu tenho , a que eu mais gosto é minha vó Darcy "

E todos caiam na risada. E eu tbm, mesmo na ingenuidade gramatical.

Lembro de ficar esperando ansiosamente minha Tia Janda chegar, olhando pela janela, equanto minha avó fazia cosquinha nas minhas costas e dizia que os carros que passavamo embaixo eram de brinquedo, porque eram pequenos. 

E eu ficava hooooras esperando minha tia saltar do ônibus e vir caminhando - lentamente - na direção do prédio. Me dava uma felicidade gigante, porque ela ia me contar histórias legais, trazia sempre um doce, um presente, me dava atenção e me ouvia contar toooooooooooooooodas as minhas histórias da escola, dos colegas, da ilha... de tudo. 

Ai a gente sentava no chão, eu ela e minha avó , para jogar um jogo, brincar de playmobil. Depois minha avó fazia um café - mesmo de nescafé - delicioso , com pão e manteiga assados direto na boca do fogão, presos no garfo.

Minha tia fazia aipim e batata doce - que ja estavam quentinhos e com manteiga, cortadinhos no prato - e, então eu percebia que tava chegando a hora de meus pais me buscarem. 

Aí eu corria para a janela e ficava esperando aquele FIAT 147 chegar e buzinar para eu descer e ir pra casa. 

Ah que sorte a minha!

Que infancia deliciosa e cheia de lembranças boas e de amor.

Mas e agora?

Quem vai me ligar para dizer que tá com saudade?

Para quem eu vou ligar?

Pra casa de quem eu vou fugir quando as coisas apertarem?

Sei que tenho minha meus pais, minha família, mas minha mae e minha tia eram os dengos, sabe? Era para onde eu poderia fugir quando tudo fosse chato. 

Eram a minha disney pertinho.

E ainda bem que tenho minha mae também, porque eu sou mesmo muito sortuda. E sei que se ela ler esse texto nao vai ter ciúme, vai ter felicidade, porque sabe e entendo o quando minha dinda e avó foram especiais prá mim.

Mas a saudade tá que dói no peito. 

A saudade machuca. Aliás, a sensação de que nao poderei ligar e ouvir a voz ou encontrar novamente, são as dores.

Porque as lembranças são boas demais. 

Obrigada, meu Deus, por me dar tudo isso.

Obrigada, vóvi, obrigada MAEdrinha por serem tanto prá mim.

Só obrigada por tudo!