sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O AMOR E A SAUDADE!

E ela se viu num lugar que lhe parecia muito familiar, porém estava tao descuidado que lhe doía pensar, com seu saudosismo, que aquele lugar já fora belíssimo. E o melhor... lá morava uma pessoa que hoje só existe numa dimensão superior, mas que enquanto habitava dentre nós, mexeu muito com ela. Seu coração disparou só em perceber que o lugar tinha sido deixado à toa...  da mesma forma que ela insistiu em fazer, com sua exacerbada timidez, com aquele amor que lhe tocava tanto por dentro.
Neste local, ela só tinha muitas lembranças, muito fortes, muito reais e isso a fazia chorar. Chorava copiosamente. Chorava sentidamente.
E lá encontrou amigos, de tempos remotos, do tempo de sua juventude, que brincavam como na escola. E também havia até sua professora de história que foi a mais querida. Via tudo isso e nao conseguia entender como seus sentimentos se confundiam com a felicidade de rever velhos amigos, com as mesmas atitudes da juventude e nenhum deles perceber que o tempo havia passado, que tudo havia mudado, inclusive o lugar estava todo tomado por mato. Ao mesmo tempo, ela era uma espectadora daquelas lembranças, que pareciam tao reais. Chorava. Sentia uma saudade que doía. E percebia que naquele momento estavam todos os velhos amigos, exceto o seu amor.
Se aquilo era uma visão, uma lembrança, por que ele nao estava lá? Então supunha que aquilo poderia ser verdade. Mas se era verdade, por que ninguém se dava conta que a brincadeira nao era tao divertida com a ausencia dele... ?
Tudo cada vez mais confuso e ela só sentia vontade de chorar! Entao chorava e caminhava.
Encontrou entao algém que parecia estar na mesma sintonia, com o mesmo saudosismo. Este lhe parecia familiar, mas nao sabia ao certo de quem se tratava. Apenas tinha certeza que o rapaz estava lá para tomar conta do lugar, tirar o mato e plantar lindas flores. E ele fazia isso com todo o seu amor. E os dois sabiam um o que o outro sentia. A saudade era como um nó, que apertava os seus corações.
Calados, se olhavam e sabiam o que estava acontecendo.
Calados, lembraram-se do amor dela e sentiam juntos.
Ela com um arrependimento por nao ter desfrutado daquele na juventude.
Ele, com a saudade de um irmao.

Ela nunca cuidou com tanto amor das flores como naquele momento. E nunca sentiu a presença do seu ex amor tao próxima.

de repente acordou....
percebeu que era um sonho. Mesmo assim enxugou o rosto e levantou-se.
Passou o dia lembrando de tudo.  Tentou entender.
E continuou tentando entender...

4 comentários:

  1. Texto mais bonito de todoos !!!!
    Me lembrei da música q tem no seu LP: "Saudade... diga a esse moço por favor... como foi sincero meu amor, o quanto eu adorei tempos atrás..."

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  2. O amor transcende as dimensões. O amor vai além desse conceito que temos. O amor não é um. não é singular. O amor é plural. O amor não é morte, é o que faz a vida. O amor é o que está aqui, e é o que está depois. Não se morre quando existe amor. O amor não foi feito para ser dividido com outra pessoa, o amor nasceu para ser mutiplicado por todos os seres. E o melhor, podemos levar o amor para qualquer lugar.

    Beijos

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  3. Nandita,

    Que em 2011 estejamos mais uma vez unidos pelo porder das palavras que nos impulsionam a sonhar e dão o espaço necessário para desabochar o que há de melhor em nós...

    Um lindo e especial ano novo!
    Jr.

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  4. Adorei o texto, Nandita.
    E concordo com Paula.

    Um bjao.

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