E sempre me lembro disso... porque minha memória é eterna. Minha memória é o hoje. Minha memoria é o que sinto e as vezes, me sinto como o seu arrepio, de maneira terna, que com muita paciencia te desperta um frio, te subindo as pernas.
Solta o teu grito, mesmo que o frio lhe acorde cada osso...
Pois agora poderei ser o arrepio a lhe esquentar o pescoço.
Me deixa te embaralhar cada sentimento, trazendo à tona seus desejos... fazendo tudo mais intenso.
Me deixa te conhecer a fundo, por dentro. Me deixa ser o seu pensamento.
Me deixa ser como as vitrines* ...
Me deixa te ver passar, como em exposição. Assim posso ser o teu vigia, catando a poesia que entornas no chão.
Me deixa ser a tua libido transbordando... a gota de suor que vai caminhando. Que corre sábia, seguindo sua trilha... deslizando em teu corpo, acariciando a virilha.
Me deixa ser o que essa gota é agora...
Me deixa ser o seu sonho.
Porque ao acordar, já poderei ter ido embora.
Bjos, flores e música!
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* As Vitrines - Chico Buarque
texto adaptado de um poema de pietro leal.
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E da próxima vez, vê se não vai embora...
ResponderExcluirs2
Mmmmmmmm... do poético ao "físico" num piscar de olhos. É muito difícil "deixar ser" porque implica em "deixar ser também", mas é maravilhoso ter o pensamento povoado por flores multicoloridas (algo como esse cursor do mouse do seu blog). O que fazer? Prenda a respiração e mergulhe. =D Beijos e muito azul!
ResponderExcluirme deixar ser... é o que vem atormentando minha cabeça...
ResponderExcluirdeixo?
devo?
estou sem saber como construir minha memória de amanhã... e com isso não sei se solto o grito ou permaneço em silêncio...
o que sei é que continuo sonhando!
sonhos involuntários, numa noite de sono...
sonhos de olhos abertos...
sonhos impossíveis...
outros nem tanto...
mas quando acordo todos já foram embora...