Eu fui... ou serei !?

Sentou para tomar um café. Comia aos beliscos. Olhava para o nada. A única coisa à mesa do posto de conveniência era a pequena bolsinha laranja feita de miçangas coloridas. Os olhos mal apareciam ao fundo dos óculos de grau.
Pegou a as malas de viagem, uma sombrinha enconstada na cadeira, pagou a conta e saiu.
O que pensava aquela Senhora?!?! com ar de uma pessoa que viaja muito e muito lê? Parece sábia...
Prá onde irá agora?

“E eu não estou com medo de nao realizar todos os meus sonhos. De ser frustrada. Será? Sei lá... a "vida é mesmo assim, dia e noite , nao e sim", como diz a música "

"Eu nunca disse que deixei de fazer e falar tudo o que eu quis..."

Nunca vou saber. Não sei. Será? Deixa...

Só sei que quando ela saiu pela porta de vidro, percebi que estava na mesma posição que ela. Tomando um café, olhando pro nada. No lugar da pequena bolsinha, uma mochila. No lugar da sombrinha, meu violão.

Ela, preocupada com a chuva, eu, com todas as elucubrações disformes escritas em papéis, dentro do meu caderno, na mochila.

O que será que ela pensava?

Como eu, talvez no passado. Ou talvez ... eu fosse aquele futuro que vislumbrei.

Falando nele, no passado... resolvi queimá-lo, literalmente...

Nao que ele me prendesse, mas eu precisava me deixar limpa, vazia, para me dar novas oportunidades... de quem sabe ter muitas outras primeiras vezes! (vide post anterior ).